REINO ANIMAL

O espírito dorme no mineral, sonha no vegetal, se mexe no animal e desperta no homem.
POETA ORIENTAL SUFI / RELEMBRADO POR LEON DENIS

Quando atinge o reino animal, a Centelha Divina, já sofreu transformações consideráveis, principalmente no período de transição elemental, e vê que se abre à sua frente um campo muito mais vasto e profundo de experiências. A jornada evolutiva continua e a Centelha Divina entra em contato agora com o protoplasma orgânico que é uma substância viva e sensível, fundamental da célula orgânica.

Anteriormente, nos reinos mineral e vegetal, Ela estava unicamente ligada ao conjunto orgânico, ou nele integrada como parte ínfima e de forma secundária mas, agora mergulha fundo no oceano celular, nele submerge, sentindo todos os seus impulsos e movimentos e participando de sua vida íntima. Agora não é mais unicamente uma parte do conjunto mas sim a cabeça, o centro motor desse conjunto. Passou a ter uma autonomia maior, é responsável pelo conjunto. Esse corpo que Ela agora anima, é um mundo em miniatura, um microcosmo, formado de inumeráveis sistemas, compreendendo bilhões de células especializadas, cada qual com seu princípio rítmico e natureza de trabalho, tonalidade vibratória e finalidade funcional.

E todos esses elementos do dinamismo corporal se organizam justamente em torno à Centelha Divina, evoluindo ao seu redor, ao seu comando, como os sistemas siderais se organizam em torno de um sol central. A presença da Centelha Divina é que mantém a coesão, o equilíbrio, a unidade do conjunto e sua interdependência funcional. Na realidade, toda a organização celular formada existe tão somente para servir de instrumento de evolução à Centelha Divina, no seu caminho de libertação espiritual.

As ligações que nos reinos anteriores eram filamentares, exteriores, são agora integrais, célula por célula, órgão por órgão, sistema por sistema, porque o corpo físico do animal é uma duplicata do corpo etérico, o modelador bio-plasmático, como bem determinou o Professor Hernani Guimarães.
É claro que neste reino, a Centelha Divina começa sua peregrinação pelos pontos mais baixos da cadeia evolutiva e, gradativamente, vai se transferindo de uma família para outra, cada vez mais aperfeiçoada. O ponto importante deste reino é o início da individualização pois anteriormente ela participava de um conjunto, como uma alma-grupal. Já agora possui diferentes órgãos de sentido, que variam conforme a classe dos animais, começando pelo tato. Inicia como seres unicelulares para se desenvolverem em pluricelulares.

Através desses agrupamentos celulares, a Centelha Divina realiza suas experiências, encarnando e desencarnando inúmeras vezes, e tanto mais rapidamente quanto mais baixa se encontrar na escala evolutiva.

O reino animal é uma estrutura complexa de diferentes níveis de evolução, indo dos micróbios aos vermes, dos animais selvagens até os animais que os homens domesticaram. Passando através do reino animal, a Força da Vida adquire coloração pela experiência. Toma a forma, digamos, de miríades de girinos.
A VIAGEM DE UMA ALMA – PETER RICHELIEU , 1972 -EDITORA PENSAMENTO.

Nota: Por Força da Vida é o que estamos designando por Centelhas Divinas ou Mônadas Celestes as quais se unirão em almas-grupais para depois se individualizarem em Entidades independentes, Espíritos.

Podemos dizer que muitos girinos morrem na infância sem jamais alcançar o destino de rãs e, assim, retornam às almas-grupais quase sem experiência. Outros porém chegam ao fim dessa existência e retornam às suas almas-grupais coloridos pela experiência. Quando estas Centelhas Divinas retornam a seus compartimentos, sua experiência irá colorir aquela alma-grupal, que no inicio era clara, com muitas cores relativas às vivências, aos sofrimentos, às conquistas, aos condicionamentos etc.

A experiência toda coletada pelas Centelhas Divinas, mesclando-se, deixa aquele compartimento colorido onde, porém, nenhuma das quais tem uma identidade separada, sendo todas partes de uma alma-grupal completa.

Depois de várias vidas nesse estágio evolutivo as almas-grupais com as experiências acumuladas, passam para o nível seguinte. Por exemplo, em lugar de centenas de milhares de girinos, elas se dividem em dezenas de milhares de unidades de ratos, ou camundongos, que vai adquirir experiências com esperteza e domínio de métodos para se esquivar de seus inimigos naturais.

O nível de evolução da força da vida, que chega ao animal da selva, está distante do humilde verme como está distante do mundo vegetal. Os próprios animais vivem pela lei natural, que é da “sobrevivência do mais forte”, e a tônica do reino animal é a da “autopreservação”. Os animais mais fracos são mortos pelos mais fortes para servirem de alimento, e o medo em relação à sobrevivência dá colorido às experiências de todos esses animais.
Muitas vidas são vividas pelas almas-grupais nos corpos de animais selvagens, já que, nessas encarnações, eles aprendem a importante lição da autopreservação e a necessidade de trabalhar a fim de sobreviver, porque somente a obtenção de alimento para cada um, e para todos os animais, torna-se um dever diário que não pode ser negligenciado. Durante os períodos em que o alimento é escasso, o instinto animal ensina a procurar novas pastagens e a aprender a adaptabilidade, o que manterá a alma em boa disciplina, para quando chegar o tempo em que ela deva emergir como entidade humana separada. O instinto maternal aparece em evidência, pela primeira vez, nesse estágio da vida da alma-grupal.
Os animais selvagens representam o topo da espiral que cobre as vidas vividas pela alma-grupal no reino animal, porque quando esta pronta para progredir mais, a alma-grupal habita corpos que a trazem cada vez mais perto do reino humano, ao qual deverá passar a pertencer, na plenitude dos tempos. Em estado selvagem, os elefantes, os burros, os búfalos, combaterão selvagemente contra a captura pelo homem e, quando apanhados, só se forem amansados pela bondade é que se tornam domesticados e dispostos a usar seu poder natural no interesse do progresso humano. Nas vidas que se seguem, a maior parte deles nascem em cativeiro, por isso o ambiente em que vivem desde o nascimento ensina-lhes a perder um pouco do medo natural que as vidas passadas produziram neles. Os mais evoluídos entre esses animais são os que formam o gado, porque amiúde são alimentados no estábulo,... e admite-se, geralmente, que o fornecimento de alimentação aos animais tem mais sucesso, no que ser refere a a ganhar sua confiança e extirpar o medo natural, do que qualquer outra coisa.
 Lenta porém seguramente, parte desse medo da raça humana é obliterada, e alma-grupal está pronta para passar para o seu último estágio no mundo animal, o dos animais verdadeiramente doméstico – o cavalo, o cão e o gato. A alma-grupal, que no início saíra a buscar experiência sob a forma de aproximadamente dez mil girinos, gradual, porém seguramente, dividiu-se em quantidades cada vez menores, até que nos últimos estágios do reino animal ficou em duas partes apenas: dois cavalos, dois cães e dois gatos.
 Quando a alma-grupal atinge o estágio em que é dividida pelo meio, está realmente, domesticada, e chega a compreender o que o homem é de fato. Então a possibilidade de se individualizar como um Ego humano separado torna-se um fato. O número de vidas que ainda tem de ser vividas por essa alma-grupal depende, inteiramente, dos seres humanos aos quais esses animais estiveram ligados. Se um dos dois possuidores desses cavalos, cães ou gatos, não amar os animais, e dispensar, portanto, ao animal um tratamento pouco amigo, ou cruel, um pouco do medo que nas últimas 20 vidas tinha sido extirpado em parte voltará, e mais vidas terão de fato ser vividas antes que a individualização tenha lugar.
A VIAGEM DE UMA ALMA – PETER RICHELIEU , 1972 -ED. PENSAMENTO.

Nota: A maior parte deste capítulo foi condensado do livro acima referenciado.

O registro de todas as experiências continua sendo arquivados no subconsciente da Centelha Divina, no seu Corpo Causal, bem como no registro Akashico que é próprio plano causal, o subconsciente coletivo, como já mencionamos.

Nas experiências de psicometria registrados nas publicações Light de 1904, além de demonstrar que o objeto psicometrado coloca a sensitiva em relação com a mentalidade do animal, nos mostra outros fatores importantes dos planos de atuação que não identificamos, bem como a profundidade com que estão registrados todos os eventos na atmosfera de nosso planeta. Nada se perde, é só saber consultar:

Entre os espécimes remetidos pelo Sr. Jones à dita senhorita, achava-se uma pena arrancada à asa de um pombo-correio, no momento justo do seu retorno ao pombal, depois de haver feito um longo vôo. A sensitiva apreende logo:

- Esta pena esteve encerrada num ambiente muito apertado – um cesto! O pequeno corpo de seu dono é qual um feixe de nervos, cujas vibrações o fazem parecer trêmulo; mas, a verdade é que ele não treme de medo. E se bem esteja encerrado no cesto parece ter a compreensão de que será sem demora libertado. Viaja por caminhos de ferro, pois estou sentindo as trepidações do comboio.
(o Sr. Jones anota: a pena foi arrancada logo após o retorno do cesto que foi despachado por via férrea).
Livre do cárcere, ei-lo que voa agora, alto, descrevendo inúmeros círculos. Toda a vontade como que se lhe concentra nas asas, acionadas por grandes nervos propulsores e todos eles dirigidos por seu pequeno cérebro. E sobe, e sobe ... tanto, que parece encaminhar-se para o Sol. A voar sempre mais alto, não sabe ainda onde paira, e tudo que o rodeia parece-lhe novidade. Nessa trepidação nervosa, vai ele subindo sempre, até entrar de repente em contato com uma força sutil, ou corrente magnética, que o põe em correspondência com o seu pombal.
E nesse instante a sensitiva percebe, com a mentalidade do animal, um meio dos mais minúsculos: o interior do pombal, onde se encontram um punhado de ervilhas e uma tigela com água. Ela sente que essa imagem pictográfica da casinhola, distante, se integrou no pombo naquele momento. Ele percebe a corrente magnética, mas, enquanto não se julga seguro do contato dessas vibrações sutis, parece experimentar como que uma ansiedade nervosa. Desde, porém, que o contato se estabeleceu, vai-se-lhe aquela ansiedade, readquire confiança, executa algumas evoluções e voa em flecha na direção do pombal. Parece que se despreocupa de fixar os pontos de referência da paisagem que lhe fica por baixo, e concentra-se todo no propósito de guardar a zona sulcada pela corrente magnética.
Todavia ao pairar sobre uma cidade, as diretivas no percurso se tornam mais dificultosas, porque aí as vibrações magnéticas se confundem com as vibrações sônicas, que se elevam da cidade. Daí resulta que, não podendo fiar-se inteiramente no magnetismo terrestre, ele procura pontos de referência, tais como as setas das torres, os cata-ventos, as chaminés das fábricas, de que possui visão assaz nítida ... Agora atravessa nuvem espessa, não de fumaça, e instintivamente acelera o voo, porque a friagem do ar rarefeito dificulta sua respiração...
OS ENIGMAS DA PSICOMETRIA / ERNESTO BOZZANO / EDITORA FEB

No fenômeno acima apresentado, podemos identificar que o pombo procurou identificar primeiro o objetivo final que depois fixando-se nele apenas seguiu o “fluxo” que o levou diretamente ao fim visado. Isso nos remete a entendermos mais uma Lei da Natureza, ou seja, quando Jesus afirmou que tua fé remove montanhas, ou seja, quando você consegue “visualizar” corretamente o seu objetivo, você ruma com certeza absoluta em direção ao seu objetivo visado. A isso chamamos de fé. A fé não vê, e nem se detém, nos obstáculos do percurso. Ela leva diretamente ao objetivo visado.

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As conclusões de Lamarck de que as plantas e os animais mudam de forma para adaptar-se ao meio ambiente, bem como, estas alterações se transmitem a seus descendentes muito ajudou a Charles Darwin na elaboração da teoria da evolução biológica, em sua célebre obra sobre a Origem das Espécies por meio da seleção natural (1859), que muito bem identificou a sucessão da cadeia evolutiva.

Porém Darwin não considerou o inquilino residente nas espécies, ou seja, o agente causador de toda essa sucessão: a Centelha Divina, a passageira imprescindível no comboio da evolução.

Se você for analisar mais detidamente encontrará uma grande utilidade em cada animal, em cada espécie, em cada cardume. Em cada uma dessas espécies desenvolvemos uma habilidade que hoje a temos como normal.

"... muitos animais representam funções diferentes do corpo. A vaca, por exemplo, como qualquer um pode ver, é uma glândula mamária ambulante, uma girafa é um pescoço, um tamanduá é uma enorme língua, um cachorro é um enorme nariz que vive “farejando” todas as coisas ... outros animais apresentam afinidades com as diferentes partes da anatomia humana..."
ENTRE OS MONGES DO TIBET, LOBSANG RAMPA, ED. RECORD

Foi através dos diferentes agrupamentos de animais em que a Centelha Divina estagiou que realizou seu aprendizado e onde, gradativamente, desenvolveu e aprimorou as funções que serão utilizadas no futuro ser humano, em que também estagiará.

Encarnando e desencarnando inúmeras vezes, e tanto mais rapidamente quanto mais baixa se encontrar na escala animal, a Centelha Divina passa em seguida para os planos elementais, intermediários entre o animal e o hominal.

Nota: A reencarnação é sempre um movimento evolutivo e não regressivo, portanto a Mônada Celeste que já atingiu o reino humano não regredirá para ocupar reinos animais. O que pode suceder é o estacionamento da evolução em determinada etapa até que haja um impulso externo.

Nos estágios elementais continuamos a aprender, pois nada é perdido ou fica sem solução de continuidade nas leis divinas.